sexta-feira, julho 25, 2008

Algumas dúvias, nada mais


As vezes me pergunto
aquelas dúvidas bobas

perguntas retóricas

que nem Deus sabe a resposta

será que é alguma coisa?

será que só eu me importo com as coisas?

será que significou alguma coisa?


por que as pessoas parecem tão frias?

por que está tudo tão banalizado?

por que as pessoas se tornaram descartáveis?


qual o problema em não sorrir o tempo todo?

qual o problema em ser verdadeiro?

qual o problema em querer ir embora cedo?

e se eu mudar de idéia?

e se eu não quiser mais?

e se acharem ruim?


o que eu faço?

o que eu falo?
me calo?

quarta-feira, julho 23, 2008

Só uma noite

É só uma noite, mas não é só mais uma, e não é qualquer uma. É a noite que ela desejava, mas não exatamente como ela desejava. Ela a desejava. Ela o desejava. Caminha ao encontro de seu desejo, música nos ouvidos, frio nas mãos, no corpo calor e na cabeça um pouco de confusão. Ela caminha porque a busca é incessante, traz dúvida e insegurança porém traz juntamente emoção. Ela pára, chega ao encontro mas não o encontra, ela liga, ele a encontra. Ela se encontra. E encontra todos, os outros. Um toque de decepção. Ele um pouco distante, ela meio perdida. Mas eis que a noite começa, finalmente começa. Ela se diverte entre sorrisos e falas, ao som de um jazz-aberto-totalmente-livre e sob a baixa luz vinda do palco. Ela aproveita a noite. Ela troca suas dúvidas e inseguranças por uma deliciosa sensação de alegria. Prazer de estar onde está e com quem está. Ela, ele; ele, ela, todos. Ele e ela, ainda mais. Ela descobre que é tudo muito mais do que ela queria. Ela enxerga encanto onde achava que não existia. Agora o som silencia, a luz fica clara. A noite está prestes a acabar. Ela se despede, ele se despede. Um beijo. Ela caminha devagar, sem olhar pra trás. Ainda sem entender, sem querer muito entender. Sorrindo por dentro. Foi só uma noite.