sábado, maio 31, 2008

Just like balloons flying around

As idéias nessas duas últimas semanas surgiram mas foram embora como balões flutuando no ar que eu não agarrei... tentarei subir até as estrelas e ver se as encontro por lá... haha.

hasta la vista, babies!

domingo, maio 18, 2008

A farsa

Existe um desejo maior, um impulso que me faz sentir vontade de passar mão na mesa e ver tudo cair no chão: livros, dicionários, papéis, canetas e toda essa farsa. Digo que ando na contra-mão mas não deixo todos os dias de cumprir minhas obrigações como o operário que entra na firma sabendo como vai ser seu dia. Sou só mais uma falando dos anseios internos e coletivos, acreditando que que tenho controle sobre meus atos, mas deixo que eles me controlem. Ás vezes me falta a paixão que eu preciso pra viver, talvez ela tenha me faltado muito ultimamente, então me apego ás obrigações e finjo que estou as cumprindo verdade. Essa crise com o mundo, esse não conformismo, esse medo de estar entrando em uma fila única, essa aflição de ter que fazer novas escolhas. Então abandono a vida regrada mas não o faço por inteiro, são apenas momentos. Amanhã é segunda-feira, dia de acordar cedo e tentar encontrar motivações pra semana que vai se repetir. Talvez eu seja só mais uma que grita por dentro e se cala pra verdade, talvez eu seja uma entre os poucos que assumem que tudo isso é uma farsa.

sábado, maio 17, 2008

Incompletos ou inacabados?

Amores, amigos e família eles não nos completam, é nisso que acredito. Já nascemos completos, porém inacabados, inacabados, mas completos. Todos me adicionam algo sim, entretanto ninguém me completa. Todos fazem parte de mim e eu peguei um pouquinho de cada um pra mim. Tem gente que já se foi mas não sabe o quanto deixou por aqui. Tem gente que foi mas nunca saiu, continua por aqui. Tem gente que saiu mas deixou a porta aberta e quando volta sempre traz algo novo pra mim. Tem gente que nunca se foi, tá sempre aqui, mas é claro que algum dia pode partir. Vou adicionando a mim aquilo de mais admirável e tudo aquilo que realmente posso querer pra mim, que enxergo naqueles que fazem ou fizeram parte da minha vida. Cada pessoa é única, é completa e se completa. A necessidade do outro é uma ilusão para nossas carencias, quando estamos confusos. Temos tudo aquilo que precisamos dentro de nós mesmos, é quando descobrimos isso que aprendemos a lidar com a falta, a ausência e a partida (ou com qualquer relação). Essas coisas podem doer , porém entender que as pessoas são importantes, que a falta delas pode nos fazer sofrer mas a impotância delas não se restringe a necessidade que temos, mas sim a alegria de estarmos próximas sem pertencemos uma a outra, sem precisar estar alí e sim querer estar alí... isso nos faz crescer. É mais ou menos nisso que eu acredito.

Silêncio

SILÊNCIO

Há qualidades incorpóreas, de existência dupla,
nas quais segunda vida se produz,
como a entidade dual da matéria e da luz,
de que o sólido e a sombra espelham a evidência.

Há pois, duplo silêncio; o do mar e o da praia,
do corpo e da alma; um, mora em deserta região
que erva recente cubra e onde, solene, o atraia
lastimoso saber;onde a recordação

o dispa de terror; seu nome é "nunca mais";
é o silêncio corpóreo. A esse, não temais!
Nenhum poder do mal ele tem. Mas, se uma hora

um destino precoce (oh, destinos fatais!)
vos levar às regiões soturnas, que apavora
sua sombra, elfo sem nome, ali onde humana palma

jamais pisou, a Deus recomendai vossa alma!

E.A. Poe... The Genius, my dear Poe


Não se aflinja com o meu silêncio, nunca
ele é verdadeiro, ele é expressivo
ele é silêncio pro mundo
mas é a voz interior.

sexta-feira, maio 02, 2008

Amores que começam sob a luz da lua e terminam com o nascer do sol

Começam sob a luz da lua. São espontâneos, esporádicos e efêmeros. Há poucas palavras, mais contato físico e a conquista pode não levar tanto tempo. Contamos apenas com que o desejo seja recíproco. Amigos se tornam amantes, desconhecidos ficam íntimos, corpos que antes pouco se tocavam tornam-se territórios livres para carinhos, carícias, beijos e abraços. Os pudores somem, o moralismo desaparece e a liberdade é experimentada sem culpa. Não importa o amanhã, é necessário viver o hoje, sem importar-se com futuras juras de amor ou ligações telefonicas no dia seguinte. Os momentos são provados, experimentados e aproveitados enquanto a noite durar com todo o clima sedutor que ela oferece. Mas tão logo o dia amanhece, o sol surge no horizonte e como a cinderela só é princesa até a meia noite, o amor só dura uma noite. Os amigos voltam a ser amigos e os desconhecidos se tornam meros conhecidos. um beijo de despedida e um aceno de longe após a partida. A noite passada fica guardada na memória ou é deletada dela, depende do que significou (quando sifgnifica alguma coisa). Situação evitada porém não condenada, é armadilha de difícil escapatória e provável entrega. Não há compromisso com sentimento e o fim já se estabelece desde o começo. Esses amores que começam sob a luz da lua e terminam com o nascer do sol.

You can't always get what you want

Passeando por La Boca, bairro da periferia de Buenos Aires, uma tarde do mês de janeiro, admirando aquele bairro de exóticas contruções e muitas cores, não deixei de observar também as frases nos muros, que me chamaram atenção por toda a cidade. Passando por essa esquina, parei, olhei, baixei os óculos escuros que protegiam minha vista naquela tarde ensolarada, li, andei um pouco em frente, mais devagar que antes, ainda segurando os óculos, abaixo de meus olhos, parei um pouco e depois voltei. Me aproximei das escrituras, li novamente. Primeiramente lembrei da música que essa frase, gravada na esquina de uma rua de La Boca foi retirada: You can't always get wat you want, Rolling Stones. Você não pode conseguir sempre o que quer. A liberdade que tenho, a vontade que possuo, a força, os esforços, a minha luta são grande parte do tempo a ilusão do poder. Pessoas vivem de ideais e objetivos que vão sendo reciclados ou substiuídos a cada decepção do encontro com a realidade. São seduzidas pela idéia trivial de que quem corre sempre alcança. O pensamento neo-liberal de liberdade como não ser impedido de fazer, mas não ter condições de fazer. Somos livres mas não temos o que fazer com nossa pseudo-liberdade porque ela não dá condições para conseguirmos o que queremos... Me desculpe, eu não posso conseguir sempre o que quero.
Pensei rapidamente em tudo isso. Devolvi os óculos aos meus olhos, virei para a frente e continuei minha caminhada por La Boca.