domingo, abril 06, 2008

I'm not there


O nome do filme: Não estou lá, em inglês I'm not there, tradução literal e bem cabida. Mas por que assistir Não estou lá? Não acho muito necessário buscar razões lógicas para todas as coisas, ainda mais para assistir a um filme, mas como neste caso minha simples e não tão importante opinião sobre esse filme será redigida nas próximas linhas essa pergunta se faz pertinente. Em primeiro lugar porque é Bob Dylan! Mas quem é Bob Dylan, aliás quem é Bob Dylan para essa que vos escreve? É o homem que criou o folk, "a música feita pelo povo e para a audição deste povo". Dylan e sua arma que mata facistas criaram canções de protesto que pretendiam mudar o mundo, entretanto ele logo percebeu que a música pode elevar a consciência, mas dificilmente faria a revolução (Que pena isso!). O filme mostra a personalidade camaleonica de Bob Dylan, as diversas faces do artista, que não devem ser confundidas com fases, são simultaneas, se intercalam, se atropelam, se completam. Foram selecionados seis diferentes corpos para encarnar um único homem. Cada uma daquelas personalidades habitaram por algum tempo a alma de Bob Dylan. O filme é intrigante, pra não dizer confuso ou complexo, misturando história real com mitos e lendas. O que é realidade e o que é lenda no filme? Não sei bem... O que eu sei da história de Dylan? quase nada, não muito mais do que eu já expus aqui. Agora a música, ah a música... Isso sim, me encanta muito mais do que eu conseguria explicar. Poesia musicada, música falada, quase que recitada, em ritmo meio acelerado...
O filme tem canções de Bob Dylan fazendo a trilha, bem óbvio. Senti falta de ouvir "Blowing in the wind", mas pra compensar, a música que encerra o filme, aliás já estava triste quando vi as letrinhas subirem e ela não havia tocado: "Like a rolling stone" uma das músicas que mais gosto na minha vida. É muito expressiva, o sopro da gaita, Dylan cantando com o coração, o refrão... é tudo perfeito! Sabe uma música que te faz ter vontade de levantar da cadeira e fazer alguma coisa realmente extraordinária? De se sentir "como uma pedra rolando", pelo menos por alguns momentos?
Enfim, Não estou lá, vale a pena pra entender um pouco de onde vem a genialidade musical de Bob Dylan.


2 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Dylan tem várias encarnações, ele é honesto ao dizer que não sabe quem é e está sempre em busca de uma identidade.

Eurípides Alcaântra.

Aliás, Dylan foi o maior músico folk que já existiu, mas não o inventor do mesmo, o que mais gosto em dylan, apesar de não conhecer a maioria de suas letras, é sua eterna saída de cena, quando ele percebe que estão lhe moldando e rotulando, ele sai de cena, ele morre, e renasce em outro lugar,de outra forma, só a casca é a mesma.
Uma vez lhe questionaram como era ser o poeta lider de um gereção de jovens que protestam? Ele respondeu, não sou poeta, não sou lider, a política quase matou o músico que existe em mim, e ser músico vai além.

Hasta

Barbara disse...

Interessante sua observação rafael, eu sabia que alguém escreveria isso. Realmente, pela história Dylan não é inventor do Folk, por isso, em meu texto, há uma frase que antecede essa afirmação "Quem é Dylan PARA ESSA QUE VOS ESCREVE? ou seja, Para mim ele é o cara que criou o folk pq foi o primeiro q ouvi, o primeiro q me fez saber q o folk existia, e me fez apreciar esse estilo...

Adorei o comentário, de verdade.